2022-01-04 17:04:24
Jorge Serrano Pinto
General Manager da Softi9
04.01.2022
Nas apresentações que faço no âmbito desta minha atividade profissional, para os mais diversos públicos, nos mais distintos enquadramentos, existe sempre um período final dedicado a uma maior interação com a assistência. É neste período que surge, com bastante frequência, a questão “E como é que o sistema obtém a informação que necessita?”.
Para além de recorrente, esta é uma pergunta pertinente pois trata-se de um tema que aflige, naturalmente, os utilizadores (independentemente do nível de utilização dos sistemas). Mas vem, desde logo, contaminada por uma imprecisão, também ela recorrente: “Informação” é o que resulta do processamento dos “dados”. E são estes que deverão estar corretamente introduzidos. Com “corretamente” quero dizer, pelo menos, “atempadamente” e “com qualidade”.
Mas a questão mantém-se, sendo claro na cabeça de muitos assistentes às apresentações que os dados existem. Não se encontram é centralizados ou “uniformizados”. E tal não se deve a lacunas nas definições das bases de dados dos ERPs, mas porque, muitas vezes, é mais cómodo manter estruturas paralelas em bases de dados locais (por exemplo, folhas de cálculos), sobre as quais um utilizador com mais jeito para “estas coisas da informática” até já desenvolveu uma série de relatórios à medida.
Depois, há sempre “lobbies” que, aquando da implementação de um novo sistema, encontram um sem número de justificações para se manterem estruturas paralelas de dados. Só mais tarde algumas Administrações se apercebem que, geralmente, “o mais cómodo” não é “o mais racional” (não apenas logicamente, como também economicamente falando) sendo, por vezes, as mesmas que partem do princípio que é a simples implementação de um novo sistema de informação que vem colmatar as falhas da Organização.
Um novo sistema, por si, não faz milagres; mas a implementação de um é uma excelente oportunidade para, com empenho, envolvimento e motivação, aproveitar o momento para olhar de um ângulo diferente e criativo para formas de trabalho (e exploração à medida) que tendem a cristalizar, enquanto a empresa vai evoluindo a cada dia que passa.
Muitas vezes, dependendo do contexto, numa fase mais adiantada, devolvo a questão: “E para que necessita desses dados?”. Mas este já é um assunto diferente, também ele recorrente, sobre o qual também há alguma coisa a dizer.